CB 500 Tuning | ||||||||||||||||||||||||||||||||
A fim de mostrar tudo de que é capaz, o mecânico Cleber Pagotto de Morais, de 26 anos, decidiu, em 2004, montar uma moto que superasse tudo que ele já tinha visto até então. Algo que mostrasse onde ele poderia chegar e o que ele poderia criar, fazendo de sua moto um cartão de visita de sua oficina de personalização, a Double X Bike Tuning. Apaixonado por motos desde criança, e fã das motos de velocidade, o jovem mecânico adquiriu sua moto já com a intenção de deixá-la completamente diferente do original. No momento da compra, a moto se encontrava em péssimas condições, devido a um acidente que havia sofrido, sobrando inteiros só o tanque, quadro, motor e rodas. A primeira coisa a ser trabalhada foi o motor, que já apresentava desgaste e vários ruídos que mostravam uma frágil saúde. Praticamente reconstruído, o propulsor recebeu pistões gringos Wiseco e bielas forjadas que permitem maus tratos sem perder a linha. Pensando numa melhor performance, Cleber caprichou na receita: os comandos foram trabalhados, e foram instalados kit de carburação Dyna Jet estágio 5, filtro esportivo K&N, sistema de escapamento e ponteira esportivos e um cdi de Blackbird XX que corta dois mil giros acima do limite original. A CB foi colocada à prova em dinamômetro e chegou aos incríveis 76 cavalos. Se levarmos em conta que uma moto original já tem um bom desempenho, com a potência elevada então, sem comentários. Mas o que dizer de tudo isso e mais uma injeção de nitro? Insanidade? Talvez não, afinal só experimentando a sensação da adrenalina para entender alguns atos. Segundo o preparador e dono da máquina, quando injetado o “gás do riso”, a potência beira os 87 cavalos. Sejamos francos, isso sim é um cartão de visita. JÁ QUE A HONDA NÃO FEZ - Como eu e você, pessoas em todos os países, onde a ótima CB 500 foi vendida, lamentaram o sistema bichoque e sempre questionaram por que a fábrica japonesa não utilizou o sistema monochoque na motocicleta, pois para muitos, apenas isso é o que realmente faltava.
Como um desses insatisfeitos, o jovem mecânico de Caraguatatuba (SP) resolveu fazer o que a Honda não fez. Utilizando uma balança de alumínio de Twister, que precisou de alguns trabalhos e um ótimo amortecedor Ohlins com assistência a gás, vindo de uma CBR 900 RR, a suspensão traseira passou de um bichoque bicheira, para um conjunto equilibrado e eficiente, ficando muito mais agradável visualmente. O resultado da modificação desse sistema foi um enorme ganho em estabilidade, já que o novo conjunto é mais progressivo e responde com mais precisão e suavidade às imperfeições do piso. Já na suspensão dianteira, original da moto, foram trabalhadas tanto as molas quanto as válvulas, o que garantiu uma performance bem superior à oferecida anteriormente. Por mudar o centro de gravidade com as várias modificações que a ciclística da moto sofreu, as chacoalhadas na frente da moto, conhecidas como shimmy, passaram a ocorrer com uma freqüência muito maior. Para salvar a pátria, um lindo e eficiente amortecedor de direção da marca Ohlins solucionou o problema. No entanto, o próprio Cleber admite que os garfos dianteiros não estão à altura da moto, e afirma que já tem planos para sanar essa “deficiência”. Seria por acaso uma suspensão invertida? Alguém aposta? ESSA MOTO É MESMO UMA CB 500? - Com tanto desempenho e estabilidade, era de se imaginar que o freio fosse algo estúpido. Mas não é. Todo o sistema é original da moto; as pinças são Brembo e muito boas, e apesar do sistema contar com aeroquip, o fluído de freio ser de competição com grau de ebulição mais elevado e os discos trabalhados para um melhor resfriamento, o conjunto todo não é suficiente para parar esse míssel dourado. Misterioso, o simpático mecânico afirma que muito em breve haverá novidade no quesito freio. Situação bem diferente é a da roda traseira e o pneu que a calça. Vinda de uma CBR 900 RR por ter o desenho similar ao da CB, a larga roda faz parceria com um espetacular pneu Metzeler Racetec, de 180/50, cujo desenho mostra explicitamente sua vocação. Já o dianteiro é um Pirelli Sport Demon de 110/70 montado em uma roda original. Os guidões beneficiam a posição esportiva, e são da saudosa RD 350 presos às bengalas abaixo da mesa superior, que foi trabalhada para retirar o lugar de encaixe do antigo guidão. À frente, o belo painel, também de 900 RR, ajuda a compor o visual superesportivo da bela motoca. Por falar em visual, não é à toa que a pergunta que Cleber mais ouve é: que moto é essa? E outra que sempre vem após sua resposta: essa moto é uma CB 500 mesmo? Esta documentação é muito importante, pois não só torna legal todas as modificações realizadas, como também certifica que as mesmas não oferecerão nenhum risco e que a motocicleta é mesmo segura. VISUAL EXTREME - Enfim chegamos ao tópico que fala do visual dessa supermotoca, que, sem sombra de dúvidas, ficou impressionante, seja pelo ótimo acabamento, que em nenhum aspecto denuncia que as carenagens e partes plásticas foram adaptadas, seja pela pintura, que foi feita com uma tinta especial vinda da Alemanha, coberta com muitas camadas de verniz. A traseira sofreu mudanças no quadro para acomodar a nova rabeta de fibra, feita a partir de um molde tirado de uma peça original. O acabamento que substitui o banco do garupa, deixando a moto com cara de monoposto, foi feito em fibra de carbono, assim como a carenagem frontal superior. A lanterna mostra quanta criatividade há no projeto. Com dois pequenos faróis de milha, e a lente original da moto, o inventivo proprietário chegou a um resultado muito satisfatório, a um custo realmente baixo. O restante da carenagem juntamente com os faróis vieram de uma R1 que sofreu um acidente, quebrando e ralando todas as carenagens. Com muita paciência, Cleber as restaurou e as deixou em perfeitas condições, como você pode confirmar nas fotos. O tanque de combustível é o original, mas nem parece, pois devido ao formato do banco, a impressão que se tem é que o tanque é bem maior. Para a proteção das partes plásticas, sliders feitos sob encomenda utilizando como material, aço inox. Na frente, o pára-lama foi inspirado no original, porém encurtado para que pudesse melhor encaixar na moto. As pedaleiras dianteiras e traseiras também vieram da RD 350; as do garupa foram montadas nos suportes da NX4 Falcon, e as dianteiras nos suportes originais, que foram cortados e posicionados mais acima, de maneira que nas curvas, o chão não seja tocado tão facilmente. Mais um dos inúmeros detalhes curiosos nesta motocicleta é o acionamento do motor, que além da maneira tradicional, pode ser feito também via controle remoto, usado diariamente por Cleber, que já deixa a moto esquentando na garagem, enquanto se arruma para sua ida ao trabalho.
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Fonte motonline.com.br
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